CDL - CÂMARA DE DIRIGENTES LOJISTAS DE CONCÓRDIA - SC
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Notícias

Comunicado à Sociedade

27/05/2018

A Associação Empresarial de Concórdia (ACIC) e a Câmara de Dirigentes Lojistas de Concórdia (CDL) mantêm o apoio e solidariedade às reivindicações feitas pelos caminhoneiros de todo o país, que lutam pela redução no preço do óleo diesel – principal insumo que sustenta o transporte rodoviário. As entidades consideram justo e oportuno o movimento que está acontecendo nas estradas brasileiras, uma vez que, notoriamente, se faz necessária uma mudança na política de fixação de preços dos combustíveis. O atual modelo prejudica seriamente um setor que é vital para a economia do Brasil.

Todavia, em que pese a pertinência dos movimentos, a ACIC e CDL estão preocupadas com as consequências das mobilizações, especialmente para o Oeste Catarinense – uma região que tem características distintas de outras regiões do estado, sobretudo, em função da prevalência da atividade agroindustrial, ou seja, de nossa vocação para produzir, industrializar e exportar alimentos para o mundo. As entidades pontuam três elementos que nos remetem a uma profunda reflexão sobre os possíveis impactos das paralisações: a sanidade animal, o meio ambiente e, sobretudo, a economia como um todo.

O Estado de Santa Catarina possui um status sanitário diferenciado, por isso, exportamos nossos alimentos para o mundo inteiro. A escassez de ração traz riscos para o desenvolvimento e para a qualidade dos animais, podendo resultar em mortandade e até mesmo canibalismo. Esses fatores podem comprometer a condição do bem-estar animal – um dos requisitos primordiais estabelecidos pelo mercado internacional. Com a redução no volume de ração, os produtores tendem a restringir a alimentação dos animais, interferindo diretamente na perda de imunidade dos mesmos e, consequentemente, deixando-os mais susceptíveis a doenças.

Além do comprometimento do bem-estar animal, uma quantidade expressiva de leite está sendo eliminada, gerando prejuízos, aos produtores, à sociedade e ao meio ambiente. Neste contexto, os impactos negativos podem ser ainda maiores, se houver a mortandade de animais, provocando danos irremediáveis ao meio ambiente e trazendo prejuízos econômicos incalculáveis para todo o setor produtivo.

As paralisações nas estradas já estão trazendo prejuízos à economia do Oeste Catarinense. Esses impactos só tendem a aumentar e a agravar esse momento que já é crítico para o agronegócio. A maior preocupação da ACIC e CDL é em salvaguardar um status sanitário que garante ao nosso estado a abertura de importantes mercados para os alimentos que produzimos (recentemente, Santa Catarina passou a exportar carnes para a Coreia do Sul – uma notável conquista para os catarinenses).

Por fim, a Associação Empresarial de Concórdia (ACIC) e a Câmara de Dirigentes Lojistas de Concórdia (CDL) reforçam o apoio às reivindicações dos caminhoneiros e reconhecem a importância dessa classe para o desenvolvimento da região, do estado e do país. Contudo, conclamamos a todos para uma reflexão sobre as duras consequências dessas paralisações, especificamente, para o Oeste Catarinense. Lembramos que a base da nossa economia está alicerçada no setor agroindustrial. Trata-se de um segmento que requer um manejo diferenciado, uma alimentação padronizada e um controle rigoroso, principalmente, com os aspectos de ordem sanitária. A ACIC e CDL esperam que os movimentos produzam os efeitos esperados pelos caminhoneiros, culminando com a garantia de uma política de preços justa e equânime para os combustíveis.

Da mesma forma, respeitosamente, solicitamos para que a categoria e a sociedade reflitam sobre os temas suscitados nesta presente carta.


Concórdia, SC, 27 de Maio de 2018.

Fonte: CDL e ACIC